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Page history last edited by Sandra Caroni 15 years, 7 months ago

 

                                     

 

                       Este Dossiê tem a finalidade de armazenar dados e informações sobre as descobertas e experiências na Inclusão de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais construídos através de pesquisas, entrevistas e observações. 

                                         

                                            

 

 

                           Na Antiguidade, a pessoa que apresentava deficiência era eliminada ou abandonada. Já na Idade Moderna a deficiência era vista como patologia e por isso a separação e o menosprezo eram inevitáveis. Por volta de 1970 surge o movimento de Integração, com o objetivo de dar ao portador de deficiência, condições de desenvolver-se até o limite de sua capacidade com uma educação o mais próximo possível daquela oferecida à pessoas normais. 

 

 

 

 

 UNIDADE 1

 

                                               Um primeiro contato...

 

                    Meus pais moravam no atual Bairro Jardim Botânico desde a década de 30. Há mais ou menos 50 anos atrás ( eu tinha uns 5 ou 6 anos )  chamava-se Bairro São Luís. Este bairro fica entre a Avenida Bento Gonçalves e a Avenida Protásio Alves, isto é, entre o Hospital Psiquiátrico São Pedro e a colônia agrícola, que abrigava os pacientes menos agressivos e servia para ocupá-los na plantação de hortifrutigrangeiros que reforçava a alimentação do hospital. Esta colônia ainda está lá (  mas não sei se continua com a mesma finalidade ) e fica na atual perimetral  ( Av. Salvador França )  atrás do Jardim Botânico . Meu avô paterno, dois filhos e dois genros trabalhavam no hospital e moravam na colônia com funções de dar ocupação e cuidados àqueles seres excluídos e abandonados pelas  famílias por trazerem todo tipo de constrangimento frente a sociedade.

                  Mesmo não morando neste bairro, vínhamos quase todas as tardes e os finais de semana, tendo uma convivência muito harmoniosa com toda a família.

                  Muitos dos pacientes do hospital, andavam de lá prá ca e daqui prá lá em pequenos grupos ou sozinhos e nós os conhecíamos pelos nomes que eles mesmos adotavam. Assim, conhecíamos o Gravatinha ( +ou-  42anos ), que gostava muito e sempre andava de terno e gravata. Este, além de problemas mentais tinha problemas também nas cordas vocais já que não se entendia quase nada do que falava, ele gostava muito da minha tia, que tinha quinze anos na época, e fazia verdadeiras declarações inclusive pedindo-a em casamento que era entendido só pelos gestos. Tinha o Dedeco, que fazia pequenos serviços por um copo de cachaça - e havia sempre quem desse - e por isso estava sempre bêbado. Tinha o Salamito que era um senhor de seus cinquenta e poucos anos, barrigudo, que usava sempre camisa social, de boa qualidade e calças xadrez com suspensórios. O Salamito sempre parava para conversar onde havia crianças, ele tinha sempre, nos bolsos das calças, pacotes com balas e rapaduras para distribuir, conversava fluentemente e contava ser de família caxiense muito rica e que estava lá por ter enloquecido ( ele, eventualmente, ainda tinha surtos ) ao perder a esposa que amava muito, logo após o casamento. Lembro ainda do Molóide, chamado assim por ser muito vagaroso, com movimentos muito lentos e passos arrastados. Ele usava sempre um chapelão de palha com aba muito larga,  falava muito pouco e sussurrado.  Eles eram muitos mas estes foram os que mais marcaram na minha memória.

                Naquela época, não nos detínhamos na observação das reações mentais daqueles indivíduos diferentes, apenas os conhecíamos e os respeitávamos como pessoas doentes, frágeis e sensíveis ao nosso trato.

            

 

                                                                                Um contato mais próximo... 

 

            Maninha  nasceu aos sete meses de gestação, tão pequena que minha tia tinha medo de dar banho, durante quatro meses vínhamos diariamente para ajudar na sua rotina de cuidados. Com oito meses de vida tudo corria bem quando uma febre alta, sem causa aparente, permaneceu por mais de três dias. Minha mãe, que já espaçava as visitas, ficou em pânico por saber que não a tinham levado ao médico. Levaram-na ao centro de saúde e o médico receitou alguns remédios que pouco resolveram. A partir dali maninha ficou com aspecto doentio, desfigurada, levemente estrábica, com as pernas fracas, apática e  chorosa. Leva num médico, em outro e ninguém dizia nada até que uma médica fez alguns exames e deu o diagnóstico: paralisia cerebral. Minha tia, precisava trabalhar para ajudar no orçamento, deixava a pequena aos cuidados do pai e da irmã seis anos mais velha. O tempo foi passando e Maninha, muito esperta,  ia aprendendo a falar com a irmã porém, não tinha cordenação motora para segurar objetos e nem conseguia  caminhar.  

            Minha mãe, sendo madrinha, pediu a permissão dos pais para levá-la para nossa casa e buscar tratamento especializado. Eu tinha na época 17 anos e acompanhei toda a trajetória de consultas e fisioterapia na Santa Casa, as despesas com medicamentos, aparelhos e calçados ortopédicos, passagens e o sacrifício de carregá-la no colo para cima e para baixo, o berreiro durante as sessões de fisioterapia que minha mãe tinha que cumprir em casa, as massagens  e os passeios de bicicleta com os pezinhos amarrados aos pedais para exercitar as pernas e os quadris. 

             O sacrifício foi coroado de sucesso. Maninha começou a caminhar aos três anos de idade, mas o espaçador usado para ajudar a separar os pés deixaram-na com sérios problemas no quadril afetando a bacia.   

             Ao tornar-se parcialmente independente, ela retornou ao convívio dos pais e seu tratamento foi diminuindo até restringir-se a quatro cirurgias no decorrer do seu desenvolvimento. Ao completar sete anos, foi matriculada no Grupo Escolar Otávio                          de Souza, perto de sua casa em  Porto  Alegre,  onde aprendeu a ler e escrever  permanecendo ali até a quarta série cumprindo com êxito todos os períodos letivos sem repetir nenhuma das séries, quando então veio morar em Gravataí. Matriculada na quinta série da E.E.da Morada do Vale ( atual CIEP ) completou seus estudos até o terceiro ano do ensino médio. Através da APAE conseguiu emprego na agência dos Correios, ali trabalhando por mais de dez anos. Atualmente trabalha na "Souza Cruz" que está situada no distrito industrial de Cachoeirinha, onde ocupa uma das vagas destinadas aos deficientes físicos.

 

 

                                                                         Experiência profissional...

 

 

                                     Como professora, nestes 22 anos de Magistério,  tive alguns alunos hiperativos, aos quais ocupava com atividades extras sem dar-me conta que poderiam ter algum tipo de distúrbio, achando apenas que eram crianças mimadas e sem limites que bem conduzidas teriam ótimo rendimento, o que na verdade acontecia. Tive também um aluno vindo da classe especial, como já relatei num dos fóruns, que era muito lento mas que também não me deu muitas preocupações pois, sabendo de sua procedência, dediquei mais atenção, carinho e paciência conseguindo assim rendimento para sua promoção para a série seguinte. Estas foram as experiências que tive mais próximas da inclusão escolar.

 

 

 

 

UNIDADE 2

 

 

 

                             A inclusão na minha escola

 

 

                            Atendimento especializado em Gravataí 

                    . 

 

 

 

 

UNIDADE 3

 

 

 

                                 ESTUDO DO CASO

 

 

                            Apresentação do caso 

 

 

                           Preparando a mãe para a chegada de alguém especial

 

 

 

                      

 

 

UNIDADE 4

 

 

DEFICIÊNCIA FÍSICA

 

 

 

ESTUDO DE CASO

 

 

 

                            ...nasceu um menino

 

 

 

 

UNIDADES 5, 6 e 7

 

 

 

                                  ESTUDO DO CASO

 

 

                                Marcelo e seus aprendizados

 

 

                                Marcelo na escola

 

 

                               Minhas conclusões 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comments (2)

fernanda.pead@... said

at 10:59 pm on Jul 30, 2009

Olá Sandra!
Seu contato mais próximo com Necessidades Especiais é uma verdadeira lição de vida. Seu relato está envolvente e a introdução inicial situa o leitor para o que virá a seguir. Sugiro que você centralize seu Estudo de Caso, incluindo todas as unidades, nesta página inicial, criando links na própria página para alguma unidade que esteja muito extensa. Caso você prefira manter no side bar, é preferível que você especifique que as unidades se referem ao Dossiê de Inclusão a fimd e facilitar o acesso.
Um abraço,
Fernanda

Graciela Rodrigues said

at 1:11 am on Sep 30, 2009

Olá Sandra!
Procure complementar seu Dossiê com as observações colocadas pela tutora Fernanda. Assim, terás teu Dossiê concluído, pois desde a unidade 4 está IN.
Abraços

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